segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Dando piti

Não estava muito afim de contar esse episódio porque ele "mexe" com uma parte minha que me incomoda muito, mas acho que posso tirar algo de bom escrevendo um pouco sobre (claro que não vou a fundo no assunto porque daí é pedir demais!). E ainda fazer as meninas que me conhecem se divertirem um pouco imaginando eu dando um piti.
Depois de mais de dois anos, dei meu primeiro piti na terapia. Sim, faço terapia. Alternativa porque meu dou super bem com ela, mas faço.
Daí terça passada tive consulta. E como sempre meu terapeuta, que é antes de mais nada meu amigo, tentando "tirar" algo de mim.
Ele começou a perguntar como andava o coração, perguntou seu eu tinha superado a ex, se eu estava com alguém e essas coisas todas. E eu firme e forte atrás da muralha.
Até que ele disse: - Sabia que você é umas das pessoas mais difíceis de se tratar?
Perguntei o por que. E ele continuou: - Porque você nunca fala de verdade o que está acontecendo. O dia que você está inspirada você solta alguma história sem importância, mas o que realmente te incomoda, eu nunca tenho certeza.
De repente, surtei. Virei pra ele e disse: - Sabe o que me irrita? Sabe o que? (Nisso eu já estava gritando.) NÃO AGUENTO MAIS OUVIR QUE SOU ESPECIAL! Eu quero que me achem a pessoa mais normal do mundo. E sabe por que? Porque assim vão perceber que eu não sou intocável!
Nisso ele na maior paciência, apesar de eu estar gritando com ele, diz: - Aconteceu alguma coisa, né? O que aconteceu?
Daí, o caracol aqui, se fechando de novo e deixando de dizer um monte de coisa, fala: - Não aconteceu nada. Só que cansei de me acharem tão boazinha!
Ele olhou pra mim, sorriu e, apesar de eu ter berrado (sim, berrei outras coisas mas era minha terapia, né? não vou colocar tudo aqui) como uma doida, ele virou e disse: - Mas você é uma boa pessoa. E gostei muito de você berrar. Você tem todo direito de fazer isso quando precisar.
Humpf....=/ moral da história: até berrando como uma doida, ninguém "chuta o balde" comigo. E claro, que depois pedi desculpas por ter tido um piti! Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiii!
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Uma boa novidade é que finalmente estou motorizada novamente. Coisa que acho muito boa porque posso sair um pouco mais e "fugir" de fim de semana, quando me dá na louca, para alguma outra cidade e renovar meus ares. Sim, tenho mania de pegar o carro, dirigir até cansar, parar em alguma cidade e esquecer um pouco do mundo. Ah! E voltei a ler muuuito, coisa que gosto de fazer, como disse no post anterior.
Sendo assim, e não querendo falar sobre outras coisas, vou deixar um trechinho de uma poesia e de um soneto de Vinicius de Moraes que li ontem a noite e cairam como um par de luvas:
TERNURA
"(...) Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas(...)"

"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

postado pela Má @ 9:09 AM  14 comentário(s)

domingo, 19 de novembro de 2006

Trilha

Essa semana parecia que eu estava em uma trilha de motocross. Muitos altos e baixos. Eu diria muitos e grandes altos e baixos.
Vou falar somente dos altos da trilha, porque os baixos...não quero falar. Muita coisa dentro de uma cabeça só e não consigo lidar muito bem com tudo. Por causa disso, tomei uma decisão: nada de prosseguir estrada com o "teto" do carro aberto. Tô mudando de postura. Daqui pra frente vai ser com um "carro" bem fechado. Ou pelo menos o suficiente para não me empolgar quando um sol tímido aparecer no céu e nem assustar ninguém com minha mania de falar tudo de uma vez.
Vou me dedicar às coisas boas que andam aparecendo. Um projeto que está me fazendo feliz e quero dar o melhor de mim, um sonho que pretendo realizar no próximo ano (depois conto, ok?) e voltar a me dedicar à uma grande paixão: a literatura.
Agora os altos da trilha. Finalmente chegou o pagamento daquele trabalho que quase me enlouqueceu o mês passado.
Conheci o namorado da Didi que parece ser um mocinho muito legal (amo ver minha irmã feliz!).
Fui ao Festival Mixbrasil terça e, pelos comentários, vi que não sou a única que curte um cinema quando se está só! Ufaaaa! rsrs
Ontem fui ao show da Zélia Duncan. Essa mulher é maravilhosa! Voz perfeita e ainda canta com o espírito!
E hoje fui ao Museu da Língua Portuguesa, passeio que vale muito a pena. Por isso, acho que depois de tantos programas culturais e inspiradores, consegui escrever algo sem chutar nenhum balde.
Enfim, semana agitada e que (ainda bem!) passou rápido. Não dando margem aos pensamentos que eu sabia que iriam aparecer. Esses dias de novembro me trazem lembranças que não tô afim de falar, mas vocês entendem o porque foi bom eu aproveitar todos os programas que apareceram.
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Agora, para terminar com o post, nada melhor que terminar a história das borboletinhas. Sim, estou colocando um ponto final. E como continuo com todos os "não sei" dentro de mim com essa história e não consigo explicá-la, resolvi terminá-la pegando emprestado um pedacinho de uma poesia, um poema e uma música do show de ontem (procurem a letra porque é muito grande para colocar aqui!) que explicam pelo menos o que eu consegui entender de toda essa história que por um breve período fez eu sorrir todas as manhãs que eu recebia um "oi" ou "bom dia" mesmo que de longe. Quero agradecer toda a torcida, mas...como eu costumo dizer: sempre tem um mas...

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá." (Gonçalves Dias)

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para titia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história." (Carlos Drummond de Andrade)

Mãos atadas - Zélia Duncan

postado pela Má @ 11:08 PM  9 comentário(s)

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Festival Mixbrasil

Adoro filmes! Sou capaz de me "entocar" em casa um fim de semana inteiro com uma pilha de filmes.
Então, nada melhor que prestar um serviço de utilidade pública ao pessoal que passa por aqui.
Está tendo aqui em Sampa o Festival Mixbrasil e recebi um e-mail vindo de um mailing dizendo que hoje é dia dos filmes para as meninas!
Como não estou nos melhores dias...resolvi chutar o balde: vou cancelar o trabalho que teria hoje à noite e vou para o cinema pegar uma sessão! =)
Hum...as curiosas devem estar se perguntando: com quem?
Minha fiel escudeira, a Didi minha irmã, estará trabalhando e agora que está namorando...ui! Impossível!
Então, vou fazer um dos programinhas que fazem parte da minha esquisitice (sim, tooodo mundo tem esquisitices!): ir ao cinema sozinha.
Ah! Para quem estiver em Sampa e quiser aproveitar...os filmes começarão a partir das 17 e vão até amanhã de madrugada com direito a dj e tudo no cinema! Deixo o link aqui: http://mixbrasil.uol.com.br/mp
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P.S.: Antes que alguém comece a xingar minha mãe...Não vamos falar de borboletinhas hoje, ok? Shuuuu! Nem vamos falar muito alto sobre elas! Assim, elas ficam menos agitadas. Uma hora eu falo...

postado pela Má @ 8:19 AM  14 comentário(s)

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Primeiro passo

Meu coração tá na boca, mas vamos lá! Alguém tem que dar o primeiro passo, o passo mais difícil. Não tenho medo de ouvir ela dizer que ela não está sentindo o mesmo que eu, meu medo é outro. Tenho medo dela achar que o melhor é sumir da minha estrada.
Mas como durante muitos anos não tive coragem de me olhar, ser eu mesma e seguir minhas reais escolhas agora decidi que não posso mais fazer isso.
Como a Lindinha disse no comentário do último post, ou espero ou falo abertamente. Escolhi a segunda opção. Claro que sei que o "abertamente" só vai ser entendido nas entrelinhas pela dona das borboletinhas.
Florzinha (vou chamar minha amiga do chacoalhão assim para completar o trio superpoderoso. Acho que ela vai querer torcer meu pescoço, mas...), valeu pelo chacoalhão dessa semana.
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Mensagem para a mocinha das borboletinhas no meu estômago
Olá! hum...ainda tenho grandes dúvidas se você já entendeu que as borboletinhas no meu estômago são por sua causa. Já te disse que não sou muito boa com indiretas, né?
Ei mocinha que povoou meu estômago de borboletas e minha cabeça com trechos de músicas, eu só queria ouvir a sua voz! E contar para você o que anda acontecendo aqui dentro!
Tenho que deixar uma última frase: Adoro você, mocinha! Piro no seu jeitinho de falar! rs E, se eu não disse antes...você trouxe um solzinho delicioso para essa estrada aqui!
Pronto falei! Culpa do texto que você me deu de "lição de casa": "Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos." Continuo lendo, viu?
(ai ai...e as borboletinhas deram um looping pensando na possibilidade do meu telefone tocar!)

postado pela Má @ 8:01 AM  8 comentário(s)

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Caderno novo

O título é descrição exata que a Docinho deu do que estou sentindo no depoimento dela do post anterior. Valeu, Docinho!
De volta para a rotina. Saldo da viagem: muitas picadas de inseto do joelho para baixo! Alguém pode me explicar porque eles adoram morder do joelho pra baixo? Principalmente o tornozelo? Imaginem duas batatas vermelhas, gigantes e cheias de bolinhas. Parabéns! Vocês acabam de ter uma idéia dos meus tornozelos! Me desculpem, mas hoje estou um pouco "rabugenta".
Do jeito que descrevi acima parece que foi uma droga. Mas não, foi maravilhoso fazer aquilo que eu precisava fazer há tanto tempo: ver o mar.
A praia, praticamente deserta. Sim, fui para uma praia distante e pouco conhecida. Então, não tinha ninguém se matando por um pedacinho na areia. Contando eu, meus amigos e o resto do pessoal na praia tinha umas 20 pessoas.
Não vou conseguir explicar com palavras, mas consegui! Sentei em uma pedra, fechei os olhos, respirei fundo e deixei o vento "me levar" junto com o barulinho das ondas. Deliciosa sensação de não pensar (quer dizer...mais ou menos*) em nada e simplesmente deixar os pensamentos e as sensações fluírem.
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explicando o mais ou menos* - acho que as borboletinhas tomaram o controle remoto que comanda a juke box que existe na minha cabeça! Apesar de conseguir deixar muitas sensações e pensamentos fluírem, uma música não me saía da cabeça enquanto eu estava de frente para o mar! Detalhe: uma das primeiras vezes que senti as borboletinhas foi por mencionar essa música.
Sobre os comentários: Sei que ainda mato uma de curiosidade...Mas não posso falar muito sobre as borboletinhas. O motivo é bem simples: primeiro porque nem eu mesma tive a oportunidade ainda de descobrir o que elas fazem aqui dentro e segundo porque ainda não consegui descobrir se existem outras que como essas estão voando em outro estômago. É ainda não consegui fazer e nem responder nenhuma pergunta. Mas estou começando a acreditar que o silêncio é um tipo de resposta...=(

postado pela Má @ 8:31 PM  6 comentário(s)

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Final e começo

Coloquei o "livro na estante". Finalmente consegui fazer aquilo que eu estava querendo fazer há algum tempo, mas não estava tendo a oportunidade.
Quarta-feira deixei as últimas coisas da Ca que estavam comigo: um livro que ela tinha emprestado para a Didi e as fotos dela.
Não faz sentido nenhum guardar comigo fotos de uma pessoa que me ajudou a constuir uma imagem dela que na realidade não existe. Olhei para as fotos antes de colocar junto do livro e parecia que eu olhava fotos de uma estranha. Sim, é uma desconhecida!
Deixei as coisas com uma amiga na casa onde tivemos nossa primeira conversa. Lembrei da conversa e lembrei de todo o resto que veio depois, mas parecia que me lembrava de uma história antiga que alguém tinha contado. Não senti saudade, raiva ou qualquer outra coisa. Simplesmente como um filme onde nós, enquanto espectadores, sabemos que um do personagens vai se ferrar.
Na realidade, nem sei porque estou dividindo isso com vocês...Mas acho que é porque algumas vezes me coloquei extremamente triste aqui e agora queria dividir um pouco da sensação que tive.
Vocês se lembram da história da bicicleta? Então, depois das sensações que tive quarta, sei que realmente me recuperei e que agora tudo não passa de uma cicatriz que vai me lembrar de não subir de novo em uma bicicleta, fechar os olhos e entregar minha vida a quem esteja dirigindo só porque essa pessoa exaltou algumas qualidades como guia.
Saí da casa e caminhei durante um tempo só sentindo o ar delicioso que fazia à noite! =)
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Aqui começamos do zero de novo!
Amanhã estou indo viajar com alguns amigos, dentre eles minha grande amiga-irmã! Não é a Didi, é minha amiga de infância que para mim é minha outra irmã! Logo logo conto como foi contar para ela sobre eu ser lésbica.
Amanhã quero sentar na beira da praia no fim da tarde e fechar os olhos enquanto sinto o cheiro do mar e ouço as ondas batendo!
Isso sim é um belo começo, não?
Ah! Antes que alguma de vocês me pergunte sobre as borboletinhas...não tenho nada para falar sobre o que as motiva a continuarem voando no meu estômago (sim, elas continuam voando!).
Continuo sem resposta para as perguntas que ainda não consegui fazer. Inclusive parece que está ficando mais distante a oportunidade (ou a mocinha?) para entender as borboletinhas. Enfim, talvez essa possa já ser a resposta...

postado pela Má @ 7:47 PM  5 comentário(s)